Um brinde ao Tinco!
“Já eram quatro horas da tarde do fuso horário de Essen quando sentei para comer uma pizza marguerita e uma coca-cola para almoçar e comemorar.
Enquanto estava sentado no banco de madeira, ao lado de pessoas do mundo inteiro, aguardando a pizza, um filme passou pela minha cabeça, lembrando de todo o processo criativo do Tinco, até ele se tornar uma realidade.
Me lembro de cada vez que testava o jogo na fase de playteste pensava que ele poderia ser um sucesso no mundo inteiro, porque o pessoal sempre se divertia muito, e saía muito animado. Me lembro que ao mesmo tempo isso me alegrava, me angustiava, pensando em ser algo inalcançável e que de certa forma eu estaria desperdiçando uma oportunidade.
Depois pensei em todas as pessoas que trabalharam para que essa versão internacional do Tinco fosse uma realidade, cada um dando o seu melhor.
Aqui no Brasil foram dezenas de pessoas trabalhando e para a versão internacional foram outro tanto, algumas eu conheci naquele dia, e sem dúvida há outras pessoas que eu nunca vou conhecer.
É o meu nome e do Alessandro que está na caixa, mas nos 5 manuais de regras que vem junto tem mais um nome de um monte de gente que ajudou a viabiliza essa edição, e nem todos eu conheço.
Foi uma alegria estar no estande da Devir e poder jogar com pessoas do mundo todo: alemães, franceses, italianos, todo mundo que vinha jogar eu perguntava se poderia tirar uma foto para lembrar desse dia.
Um momento feliz foi quando um grupo de pessoas da França já tinham ouvido falar do jogo por conta de uma amiga brasileira que o indicou.
Agradeci a ela em pensamento e depois agradeci a todos os jogadores de Tinco, um verdadeiro exército de pessoas que ajudaram a divulgá-lo de modo que ele acabou indo para 12 países e 5 idiomas.
Ao mesmo tempo, uma insegurança, será que as pessoas vão gostar? Será que vai agradar a culturas tão diferentes? Será que vai ter uma boa venda?
Essa sensação só passou no domingo, quando cheguei no estande vi que o Tinco já tinha esgotado. A primeira sensação foi um arrepio, lembrando que eu queria ter comprado alguns exemplares a mais para alguns amigos e familiares. Depois disso veio um alívio, minhas inseguranças de acalmaram. A alegria veio só depois, por saber que o jogo foi bem aceito.
No domingo vim a saber que os dois jogos que foram abertos no evento iriam para a maior biblioteca de jogos do mundo, em Essen, e foi uma baita euforia também.
Mas ainda era sexta-feira, e eu ainda estava perdido em minhas inseguranças quando a Kelly trouxe a coca-cola, e disse que ela tinha custado 6 Euros!
Tive que lembrar da tabuada do 6 para fazer a conversão e me assustei com o valor.
Disse para mim mesmo que seu eu tomasse álcool eu iria tomar uma champanhe, ou um vinho para comemorar, que certamente seriam mais caros do que isso, então não havia problema, não naquele dia pelo menos.
Eu estava com sede. A coca-cola estava gelada, tinha 600 militros e quando rosqueei a garrafa o barulho do gás aumentou ainda mais o meu sorriso. Fazia anos que não sorria tanto.
Ao beber, aquele líquido não era mais uma coca-cola, era uma verdadeira champanhe, que a gente abre para comemorar o ano novo.
De certa forma, a sensação era de um ano novo, uma nova fase.
A coca-cola sempre direciona o seu marketing para vender felicidade, e não refrigerantes. Naquela sexta-feira, eu seria um garoto-propaganda perfeito para um novo comercial.
Obrigado por ter lido até aqui, e espero que você goste da nova versão do Tinco tanto quanto eu!
Abração,
Gustavo Barreto.”
Saiba mais sobre o jogo no site da Devir e no site BoardgameGeek