Entrevista Klaus Jurgen Wrede – 20 anos de Carcassonne
Klaus Jurgen Wrede, autor alemão do aclamado jogo de tabuleiro Carcassonne, está comemorando 20 anos de seu jogo! Que tal saber um pouquinho mais dele?
Qual a mensagem mais amorosa, louca ou divertida que alguma vez você recebeu de um fã?
Klaus: Até agora não recebi nenhuma mensagem com más intenções. Houve pessoas que gostaram mais de umas expansões do jogo, outras preferiram outras, mas isso já era esperado. A seleção de expansões disponíveis deverá ser suficiente para satisfazer todos os gostos 😉 Mas já tive encontros muito carinhosos e comoventes; uma dessas experiências foi quando recebi uma carta de um casal de idosos, que mostravam o seu eterno agradecimento, uma vez que, aparentemente, o jogo havia salvo o seu casamento. Eles haviam se afastado bastante e estavam à beira da separação, quando, de forma casual, adquiriram um exemplar de Carcassonne. Desde esse dia, jogam sempre juntos, diariamente, e isso foi o que voltou a uni-los, salvando a relação, ao ponto de se sentirem novamente muito unidos. Esta carta me emocionou profundamente e deixou-me muito feliz também.
Que tipo de jogos são os seus favoritos e porquê? (por exemplo, de estratégia, de habilidade, abstratos, infantis, de sorte, etc…)
Klaus: Isso varia muito e é algo que realmente vai flutuando com o tempo. Não aprecio nem jogos infantis, nem jogos abstratos, nem tão pouco os que giram em torno de dinheiro (como os jogos com apostas, por exemplo). Claramente eu gosto dos jogos que incluem uma mistura de descoberta, com uma pitada saudável de sorte e azar.. Também gosto de jogos complexos, quando a disponibilidade de tempo me permite, os quais, para ser honesto, confesso que são os que mais me encantam. Não gosto dos jogos que não passam de otimização, pois começam a me aborrecer com o passar do tempo; mas gosto de um bom party game de vez em quando, ou algo com um pouco de ação.
Se fosse um ator, que tipo de filmes gostaria de protagonizar e porquê?
Klaus: Nossa! Uma pergunta bem diferente! E isso não quer dizer que seja fácil de responder… Talvez fosse um filme de ação, mas com uma certa profundidade. Quando tinha 20 e poucos anos, vivia em Colónia e comecei a interpretar como hobby. Nessa altura desempenhei um papel de vilão muito atraente e isso revelou-se bastante divertido 😉
Que aspecto tem o seu escritório quando está preparando um novo jogo?
Klaus: Para ser sincero, tenho 2 ou 3 escritórios e mesas nas quais trabalho. Preciso sempre de muito espaço, para desenhar protótipos, testar e dispor todo o material… Além disso, é muito “eu” trabalhar em mais do que um jogo simultaneamente. Atualmente, o meu lugar preferido para trabalhar é ao ar livre (sempre que o clima permite), ou dentro de casa, diante da minha chaminé, se fizer frio. Basicamente, esta é a razão pela qual de vez em quando limpo tudo das mesas, como nos meus escritórios, nunca chegam a ser um absoluto caos.
Como teve a ideia de criar e chamar o jogo de Carcassonne? Qual é o segredo da sua magia? Acredita que o jogo teria o mesmo êxito se se tivesse baseado na cidade de Castrop-Ruxel, na Alemanha? Que também começa por “Ca”…
Klaus: Toda a cidade, bem como os seus arredores me conquistaram. Foi assim que surgiu o jogo. Quis recriar os arredores de Carcassonne, tanto a cidade, como os castelos e povoações que a rodeiam – parecem saídos de um conto de fadas. Sempre estive agradecido ao Bernd, por ter decidido manter o nome original do jogo, “Carcassonne”, apesar de, naquela altura, não ser capaz de a pronunciar corretamente 😉 Visto isto, sem margem de dúvidas, há lugares que realmente me inspiram… É por esta razão que não se chama Castro-Ruxel – esta cidade não me inspirou, pelo menos até agora, pois quem sabe, tudo pode acontecer 🙂
A edição especial do jogo Carcassonne 20º Aniversário chega em 2021! Saiba mais sobre o jogo em Carcassonne
Publicação original:https://www.hans-im-glueck.de/news/wir-fragten-kjw.html